📊Análise Fundamentalista da Suzano (SUZB3): a Gigante do Papel e Celulose

🏢 Visão Geral da Empresa da Suzano Papel e Celulose

A Suzano (SUZB3) é uma das maiores produtoras de celulose do mundo e líder na América Latina no segmento de papel e celulose. Sua atuação integrada abrange desde a produção florestal até a comercialização global, com exportações para mais de 100 países.

Em um setor competitivo e exposto às oscilações de commodities, a Suzano se destaca por adotar uma gestão estratégica baseada na eficiência operacional, expansão de capacidade e foco em inovação, com o conceito de papel e celulose como centro de suas atividades.

📈 Desempenho Operacional da Suzano Papel e Celulose

No 1T25, a Suzano reportou uma receita líquida de R$ 11,5 bilhões, uma queda de 19% frente ao 4T24, mas com alta de 22% na comparação anual. Essa variação positiva ano contra ano reflete a valorização cambial e o crescimento dos volumes comercializados, principalmente nos segmentos de papel e celulose.

As vendas de celulose atingiram 2,65 milhões de toneladas (queda de 19% frente ao 4T24), e as de papel somaram 390 mil toneladas (redução de 9%). Apesar da retração trimestral, o crescimento na comparação com o 1T24 foi de 10% e 25%, respectivamente.

O EBITDA Ajustado consolidado foi de R$ 4,9 bilhões, 25% menor que o 4T24, mas 7% superior ao 1T24, com margem EBITDA de 42%, reflexo da forte eficiência operacional mesmo diante da sazonalidade do trimestre e das paradas programadas de manutenção.

🧾 Estrutura de Custos e Eficiência

O custo caixa de produção da celulose foi de R$ 859 por tonelada, apresentando aumento de 6% em relação ao 1T24. A principal razão está associada ao aumento no custo da madeira, energia e insumos como soda cáustica. Mesmo com essas pressões, a companhia conseguiu preservar sua margem operacional por meio de ganhos logísticos e projetos de eficiência.

No segmento de papel, o custo caixa também foi impactado pelas manutenções em Mucuri e pela elevação no preço de insumos. Apesar disso, o preço médio líquido subiu 12% frente ao 1T24, refletindo a estratégia de posicionamento de produto e maior valor agregado.

💼 Geração de Caixa e Investimentos

A geração de caixa operacional consolidada foi de R$ 2,6 bilhões, 5% superior ao mesmo período de 2024. O indicador foi positivamente influenciado pelo controle de SG&A e pelo menor capex no segmento de papel.

A empresa investiu R$ 3,6 bilhões no trimestre, sendo R$ 2,2 bi em manutenção, R$ 0,5 bi em florestas e terras, e R$ 0,4 bi no projeto Cerrado, cuja execução está 97% concluída.

💸 Estrutura de Capital e Endividamento

A dívida líquida da companhia fechou o trimestre em R$ 74,2 bilhões, com alavancagem de 3,1x em reais e 3,0x em dólar, queda frente ao mesmo período de 2024. Cerca de 96% da dívida está atrelada ao longo prazo, sendo 80% em moeda estrangeira, condizente com a exposição da receita.

O custo médio da dívida em dólar é de 5,0% ao ano, com prazo médio de 76 meses. A estratégia de hedge com derivativos protege parcialmente as oscilações cambiais, gerando resultado positivo de R$ 3,7 bilhões em operações de proteção.

🌍 Segmento de Papel e Celulose no Cenário Global

O mercado global de papel e celulose passa por um momento de reequilíbrio de oferta e demanda. A redução da produção em algumas regiões, como China e Europa, e a retomada do consumo em segmentos como papel-cartão e papel não-revestido oferecem um ambiente mais favorável para a Suzano.

Ademais, a expansão das operações nos EUA, com a integração da Suzano Packaging US, reforça a presença internacional da empresa e amplia a participação no segmento de papéis especiais, essencial para substituir produtos plásticos de uso único.

🔍 Indicadores de Valuation

Com base nos resultados acumulados e cotação atual, a Suzano apresenta:

  • EV/EBITDA próximo de 5,9x, dentro da média histórica do setor.
  • P/L ajustado impactado por fatores cambiais, mas com potencial de reversão nos próximos trimestres.
  • FCF Yield anualizado de 18,5%, indicando forte capacidade de geração de valor.

Esses múltiplos indicam que a empresa está sendo negociada a um preço compatível com seu histórico e com perspectivas de valorização conforme a conclusão dos projetos em andamento.

📊 Considerações para Investidores (DCA)

A dinâmica dos preços de commodities afeta diretamente a precificação das ações da Suzano. Por isso, para investidores de longo prazo, a estratégia de DCA (Dollar-Cost Averaging) é particularmente eficiente. Consiste em realizar aportes periódicos independentemente do preço da ação, suavizando a volatilidade.

Para a SUZB3, pontos de entrada podem ser observados em faixas de suporte técnico histórico e em momentos de baixa de cotação relacionados a fatores conjunturais, mas que não comprometem os fundamentos da companhia.

A consistência da gestão, foco em eficiência, diversificação de mercados e a liderança global no setor de papel e celulose sustentam a visão de que a Suzano permanece como uma opção sólida para composição de portfólios de longo prazo.

Veja também a Análise Técnica da SUZB3 com pontos para acumulação baseado em DCA.

⚠️Disclaimer

Este relatório tem fins informativos e não constitui recomendação de compra ou venda de ativos. O investidor deve realizar sua própria análise e consultar um profissional qualificado antes de tomar qualquer decisão de investimento.

📚Referências

RI da Suzano

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