📊Análise Fundamentalista do Banco do Brasil (BBAS3): Desempenho Financeiro

🌍 Panorama Geral

O desempenho financeiro do Banco do Brasil (BBAS3) no 1T25 oferece uma leitura detalhada da robustez e resiliência da instituição diante de um cenário macroeconômico desafiador. Com a adoção da Resolução CMN 4.966/2021, a instituição passou a contabilizar perdas esperadas com mais rigor, o que afeta a comparabilidade com trimestres anteriores. Apesar disso, o Banco manteve indicadores de capital fortes, crescimento na carteira de crédito e distribuição relevante de dividendos.

💳 Estrutura de Capital e Lucro

O BB reportou lucro líquido ajustado de R$ 7,4 bilhões no 1T25, com retorno sobre patrimônio líquido (ROE) de 16,7%, em linha com as principais instituições financeiras do país. O lucro contábil foi de R$ 6,77 bilhões, queda de 22,9% na comparação anual, refletindo o novo modelo contábil que impacta a margem financeira e as provisões para perdas esperadas.

Com relação ao patrimônio líquido, o BB encerrou o trimestre em R$ 184,2 bilhões, com índice de capital principal de 10,97% e índice de Basileia de 14,14%. Esses números mostram uma estrutura de capital sólida e adequada à expansão da carteira de crédito.

📊 Margem Financeira Bruta e Provisão e Desempenho Financeiro

A margem financeira bruta (MFB) alcançou R$ 23,9 bilhões, retraíndo 7,2% na comparação anual. O desempenho foi influenciado pelo descasamento entre ativos prefixados e passivos indexados à Selic, que subiu 300 bps no trimestre. Além disso, a nova metodologia contábil alterou o reconhecimento das receitas de crédito.

O custo do crédito somou R$ 10,2 bilhões, alta de 18,9% ano a ano, puxado pela inadimplência do agronegócio, que atingiu 3,04%. Esse dado é relevante para compreensão do risco embutido nas carteiras de crédito direcionado e do impacto regulatório na provisão para perdas esperadas.

📅 Carteira de Crédito e Segmentos

A carteira de crédito expandida atingiu R$ 1,28 trilhão, avançando 14,4% em 12 meses e 1,1% no trimestre. O destaque do desempenho financeiro vai para a carteira PJ (Pessoa Jurídica), que cresceu 22,4% em um ano, chegando a R$ 459,9 bilhões.

A carteira PF (Pessoa Física) evoluiu 6,6% a/a, apoiada por crescimento no crédito consignado. No agronegócio, a carteira alcançou R$ 406,2 bilhões, com crescimento de 9,0% em 12 meses, reafirmando o BB como principal financiador do setor.

🚀 Receita com Serviços e Eficiência e Desempenho Financeiro

As receitas de prestação de serviços totalizaram R$ 8,4 bilhões, praticamente estáveis no comparativo anual, mesmo com o efeito negativo de R$ 400 milhões pela reclassificação contábil das tarifas ligadas à originação de crédito.

O índice de eficiência em 12 meses ficou em 26,5%, levemente acima do mesmo período do ano anterior, ainda compatível com uma gestão de custos equilibrada.

🌿 ASG, Inovação e Sustentabilidade

No 1T25, o BB reafirmou seu protagonismo em iniciativas ambientais, sociais e de governança (ASG). Com R$ 393,5 bilhões em créditos sustentáveis, a instituição ampliou sua atuação em setores como energia renovável, bioeconomia e agricultura sustentável.

Ademais, a atuação digital do banco teve avanços importantes, com 26,3 milhões de usuários no app e 1,3 milhão de novos correntistas no trimestre. A plataforma BB Pay movimentou R$ 3,7 bilhões e foi um dos destaques de desempenho financeiro na vertente digital.

🏛 Valuation e Apreciação de Mercado

O preço da ação BBAS3 era de R$ 28,19 ao fim de março/25, com um P/L (preço/lucro) de 4,84 e valor patrimonial por ação de R$ 30,59. Esses indicadores sugerem uma desvalorização relativa do papel frente à sua capacidade de geração de lucros, mesmo com um payout consistente (R$ 0,48 por ação em JCP).

A relação P/L < 5 reforça a percepção de que o ativo está descontado, o que pode gerar interesse de investidores focados em valor. A rentabilidade operacional e os fundamentos justificam, no mínimo, uma reavaliação do preço justo sob metodologia de fluxo de caixa ajustado ao risco.

📊 Conclusão sobre o Desempenho Financeiro

O desempenho financeiro do Banco do Brasil no 1T25 revela uma instituição ajustando-se à nova regulação contábil sem comprometer sua capacidade de gerar resultados consistentes. Apesar da pressão sobre o lucro e sobre a inadimplência em segmentos como o agronegócio, os fundamentos permanecem sólidos.

Com balanço robusto, alto nível de capitalização, crescimento da carteira de crédito e avanços relevantes em tecnologia e sustentabilidade, o BBAS3 se posiciona como um ativo de perfil defensivo, com possível assimetria positiva para o investidor de longo prazo.

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⚠️Disclaimer

Este relatório tem fins informativos e não constitui recomendação de compra ou venda de ativos. O investidor deve realizar sua própria análise e consultar um profissional qualificado antes de tomar qualquer decisão de investimento.

📚Referências

RI do Banco do Brasil

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